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cicatriz, 1996-1998

scar series, 1996-1998
impressões fotográficas a partir de reproduções de negativos de vidro, originais do Museu Penitenciário Paulista
dimensões variáveis
photographics prints from reproductions of glass negatives, originals from The Penitentiary Museum of São Paulo
variable dimensions


© Brian Forrest
© Filipe Berndt

Em 1995 descobri a existência de um enorme arquivo de negativos de vidro em situação bastante precária, abandonado em uma sala da Academia Penitenciária do Estado de São Paulo. É um material feito no início do século XX, com finalidades ambíguas, misturando identificação criminal e certas teorias científicas em voga na época. A investigação e a intenção de preservar este material fotográfico consumiram quase 5 anos de visitas regulares à instituição, no sentido de impulsionar a criação de um Museu Penitenciário, que só se concretizou, de facto, cerca de 15 anos depois.

Os originais do Museu Penitenciário Paulista renderam as séries Cicatriz e Vulgo, em que, num primeiro momento, a relação com textos do projeto Arquivo Universal, proporcionou uma leitura das imagens para além do sistema prisional, uma tentativa de devolver a ‘visibilidade e a escuta’ às pessoas oprimidas e subjugadas, através desses corpos encarcerados. Nas duas séries Cicatriz (1996 e 1997-98), a relação de cumplicidade com o fotógrafo, ainda hoje desconhecida, transformou a documentação das tatuagens dos presidiários em um ato íntimo e emocional.
In 1995 I discovered the existence of a huge archive of glass negatives in a very precarious situation, abandoned in a room of the Penitentiary Academy of the State of São Paulo. It is a material made in the beginning of the 20th century, with ambiguous purposes, mixing criminal identification and certain scientific theories in vogue at that time. The research and the intention to preserve this photographic material consumed almost 5 years of regular visits to the institution, in order to push for the creation of a Penitentiary Museum, which only materialized, in fact, about 15 years later.

The originals from the Museu Penitenciário Paulista yielded the series Cicatriz and Vulgo, in which, at first, the relationship with texts from the Universal Archive project, provided a reading of the images beyond the prison system, an attempt to return 'visibility and listening' to the oppressed and subjugated people, through those incarcerated bodies. In the two Cicatriz series (1996 and 1997-98), the relationship of complicity with the photographer, still unknown today, transformed the documentation of inmates' tattoos into an intimate and emotional act.


outros textos

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sem título (braço com coraçãozinho), 1996
51 x 35 cm
sem título (amor), 1998
111 x 81 cm
sem título (tattoo 2), 1997
111 x 81 cm
sem título (América/Cristo), 1998 (díptico)
111 x 160 cm
sem título (tattoo 7 A e B), 1997 (díptico)
111 x 160 cm