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yanğyin bosphoros, 2011-2012

Yanğyin bosphoros, 2011-2012 
vídeo monocanal (1920x1080, cor/som, 61’) e adesivo vinílico 
edição de vídeo e áudio: Isabel Escobar
áudio mixado a partir de composições instrumentais otomanas, dos séculos XVII, XVIII e XIX

single-channel video (1920 x 1080, color/sound. 61’) and vinyl adhesive 
video and audio editing: Isabel Escobar
audio mixed from Otoman instrumental compositions, from 17th, 18th and 19th centuries



A distância entre a Europa e a Ásia pode ser de apenas 700 metros no ponto mais estreito do estreito mais estreito do mundo. O Bósforo faz de Istambul – conhecida como a “porta da felicidade” – a única cidade, no mundo, com os pés em dois continentes e seus 31 quilômetros de extensão entre o mar de Mármara e o Negro são intensamente navegados por mais de 13 milhões de habitantes. O trânsito, a troca, a união e a dualidade parecem ter sido, desde tempos imemoriais, a marca de Istambul, como se percebe na música, na dança, na língua, no comércio, na vida profana e, por último mas não por menos, na religião.

Da mesma maneira que yang e yin não são forças ou dualidades opostas, os dois lados do Bósforo – de desenho tão sinuoso quanto o interior do diagrama taijitu – são margens complementares, que interagem em um todo, maior. Porém, não está em questão, aqui, definir qual lado do Bósforo corresponderia melhor aos aspectos “escuro, lunar, passivo, frio, retraído, fraco” e, de maneira oposta, “iluminado, solar, ativo, quente, expansivo, forte”. Assim como as coisas se expandem e se contraem, a temperatura oscila entre o quente e o frio, o movimento das águas e das duas margens sobrepostas dá a sensação do movimento contínuo yinyang-yangyin, ao som da música otomana que alterna acordes ocidentais e orientais. A felicidade continua sempre do outro lado da porta.


Rosângela Rennó, 2012
The distance between Europe and Asia is just 700 meters at the narrowest point of the narrowest strait in the world. The Bosphorus makes Istanbul — known as the ‘port of happiness’ — the only city in the world to have one foot in each of the two continents and its 31-kilometer extension between the Sea of Marmara and the Black Sea is heavily navigated by the population of over 13 million. This transit, exchange, unity and duality seem to have been hallmarks of Istanbul since ancient times, as we can see in its music, dance, language, commerce, profane life and, last but not least, in its religion. In the same way that Yang and Yin are not opposing forces or dualities, the two sides of the Bosphorus — as sinuous in design as the interior of the Taijitu diagram — are complementary margins which interact within a larger whole. Still, it is not our place here to define which side of the Bosphorus best corresponds to the 'dark, lunar, passive, cold, withdrawn, weak' aspects or, in the opposite way, the 'bright, solar, active, hot, outgoing, strong' ones. Just as things expand and contract, the temperature fluctuates between hot and cold, the movement of the waters and the two juxtaposed margins give the sensation of a continuous yinyang-yangyin movement to the sound of Ottoman music that alternates between Eastern and Western chords. Happiness continues forever on the other side of the door.


Rosângela Rennó, 2016