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Le supermarché des images


Textos relacionados ao trabalho

  • imagem de sobrevivência


Texts linked to the work Survival Image

    Ao vermos centenas, ou milhares de vezes, as imagens que desfilam em nossas telas, elas perdem a sua força, nos esgotam ao se esgotarem e, dessa maneira, renunciam às suas superestimadas qualidades de novidade, de instantaneidade e de impacto. As imagens em circulação tornam-se rapidamente obsoletas.

    A artista Rosângela Rennó compra, em mercados de pulgas, coleções particulares de slides — populares no século 20 — que eternizam viagens, férias e acontecimentos do cotidiano. Depois as insere em carrosséis que se sobrepõem nas estantes e as projeta em loop, para que, depois de certo tempo, as imagens se apaguem, queimadas pela luz intensa dos projetores. Rennó então os substitui por um jogo novo de slides semelhantes, que simbolicamente lhes permitem sobreviver a eles mesmos. Ela esgota, assim, as representações de um mundo passado, utilizando um meio obsoleto que teve o seu momento de glória na cultura popular há poucas décadas. As memórias visuais de todos esses fotógrafos amadores, depois de descartadas, ganham uma segunda vida através desta instalação inspirada nos escritos do poeta brasileiro Manoel de Barros, nos quais os objetos desprezados e hoje inúteis são reciclados e transformados em material poético. Através do título, o trabalho de Rosângela Rennó também homenageia o álbum Música de sobrevivência do musicista carioca Egberto Gismonti.


    PONSA, Marta. Rosângela Rennó. In SZENDY, P.; PONSA, M. Le supermarché des images. Paris: Éditions Gallimard/Jeu de Paume, 2020, p. 294.


    "Le supermarché des images", Featuring Rosângela Rennó

    Textos relacionados ao trabalho

    • imagem de sobrevivência


    Texts linked to the work Survival Image
      “We live in a world increasingly saturated with images”. This is how “Le Supermarché des Images”, a group show featuring Rosângela Rennó at Jeu de Paume, in Paris, defines the exhibition that questions how the images influence our lives in the 21st century. According to the group show release, “(the number of images) is growing so exponentially – today more than three billion images shared every day on social networks – that the visibility space seems to be literally overwhelmed. As if it could no longer contain the images that constitute it.”

      The question arises more than ever of their storage, their management, their transport (even electronic) and the routes they follow, their weight, fluidity or the viscosity of their exchanges, their fluctuating values ​​- in short, the question of their economy. In the work from which this exhibition comes, the economic dimension of the life of images takes the name of economy.

      Rosângela Rennó, who researches the use of images in the contemporary, participates in the group show with the flea markets private collections of slides used in the middle of the last century that she buys to document journeys, holidays and family events. She superimposes them and projects them in an unending loop that burns them, so that after some time the images fade, unable to withstand the powerful heat of the projector. Rennó takes the pictures of a past world to the point of exhaustion, using an obsolete technique that was once widely used in popular culture. Although we like to think that our images are filtered by algorithms, this exhausting task is largely done by human beings who must analyze photos and videos in a matter of seconds, deciding whether to remove them or not.


      PIPA PRIZE (2020). “Le Supermarché des Images”, Featuring Rosangela Rennó. Avaiable in: https://www.pipaprize.com/2020/02/le-supermarche-des-images-featuring-rosangela-renno/