site em reconstruçãosite under reconstruction

Rosângela Rennó


Textos relacionados ao trabalho


Texts linked to the work Aucune Bête au Monde

    [...] Em Aucune Bête au Monde (No Beast in the World, 2019), o procedimento de Rennó é análogo à sua intervenção na fachada. O título francês da obra vem de um livro de 1959 sobre a Independência da Argélia, travada entre 1954 e 1962. O livro inclui fotografias e histórias da guerra e foi de autoria de dois oficiais do exército francês. Os rostos dos autores foram mascarados com tinta cinza e todas as palavras foram cortadas. Sem a individualização proporcionada pelos rostos, o fato de se tratar de uma ação armada permanece uma evidência. Se se trata de uma guerra, de uma missão humanitária, de um resgate ou de um exercício de treino, já não pode ser determinado, nem pode ser estabelecido em que parte do mundo ocorreu. No entanto, algumas constatações são inevitáveis: as armas são reconhecíveis, mesmo em linhas gerais, pois fazem parte da experiência quotidiana de qualquer pessoa que viva numa sociedade complexa, e o seu aparecimento implica imediatamente a proximidade do perigo. O agressor e a vítima não são identificados e não há justificativa ou explicação para a hostilidade entre eles. O confronto, por outro lado, é universalmente compreendido. [...]


    WERNECK, Sylvia. Rosângela Rennó (excerto de texto). In ArtNexus #116, 2021, pp. 100-101.
    [...] On Aucune Bête au Monde (No Beast in the World, 2019), Rennó’s procedure is analogous to her intervention on the façade. The work’s French title comes from a 1959 book on the Algerian Independence was, fought between 1954 and 1962. The book includes photographs and stories from the war and was authored by two officers in the French army. The faces of the authors have been masked under gray ink, and all the words have been cut out. Without the individualization provided by the faces, the fact of this being an armed action remains evidence. Whether it is a war, a humanitarian mission, a rescue, or a training exercise can no longer be determined, nor can it be established where in the world it took place. Yet, some realizations are inevitable: the weapons are recognizable, even in outline, as they are part of everyday experience for any person living in a complex society, and their appearance immediately implies the proximity of danger. The aggressor and the victim are not identified, and there is no justification or explanation for the hostility between them. Confrontation, on the other hand, is universally understood. [...]


    WERNECK, Sylvia. Rosângela Rennó (text excerpt). In ArtNexus #116, 2021, pp. 100-101.


    Texto completo

    Full text