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Río-Montevideo, 2015

livro impresso em offset
costura feita à mão + sobrecapa em papel vegetal impresso
21 x 10,5 cm (fechado) | 212 páginas e colorido - principalmente fotografias

texto de Rosangela Rennó / ensaio crítico de Verônica Cordeiro
projeto gráfico de Bloco gráfico
conceito gráfico e editorial de Rosângela Rennó e Bloco gráfico

editado pela artista e pelo Centro de Fotografia (CdF - Montevidéu)
edição de 600 exemplares
espanhol e inglês
ISBN 978-997 4-716-19-3

2016 ARLES Les Rencontres de la Photographie
indicado - Prêmio de Livros Históricos
offset printed book
handmade sewing + jacket on printed tracing paper
21 x 10,5 cm (closed) | 212 pages and color - mainly photographs

text by Rosangela Rennó / Critical essay Veronica Cordeiro
graphic design by Bloco gráfico
graphic and editorial concept by Rosângela Rennó and Bloco gráfico

edited by the artist and Centro de Fotografia (CdF - Montevideo)
edition of 600
Spanish and English
ISBN 978-997 4-716-19-3

2016 ARLES Les Rencontres de la Photographie
shortlisted – Historical Books Award


A artista Rosângela Rennó foi convidada pelo Centro de Fotografía (CdF) de Montevidéu a realizar um projeto artístico com base no acervo do fotógrafo Aurelio González, que trabalhava para o jornal El Popular, do Partido Comunista uruguaio. São fotos feitas de 1957 até 1973, quando, pressentindo a proximidade de um golpe militar, González escondeu todos os 50 mil negativos num local de difícil acesso. Ele os encontraria de novo muito depois, mais de trinta anos após ocultá-los.

As imagens são um registro dos anos de crise política e decadência econômica do Uruguai, que, como em muitos outros países latinos, precederam a instalação de uma ditadura militar. A seleção precisa de Rennó contém apenas 32 fotos, que misturam esperança e desolação – muito mais desolação que esperança, diga-se. Manifestações festivas, jogos de futebol, lutas de boxe, enterros, veículos parados no meio das vias, crianças de rua e os militares, que, conforme a sequência visual avança, vão ganhando protagonismo nas imagens.

Na exposição, a artista projetava as imagens usando antigos projetores de slides, de diversos modelos. Mas o livro, muito bem construído, tem tanto peso quanto a mostra. É uma celebração, como diz ela no texto de abertura, da possibilidade de “lembrar coletivamente daquilo que esteve a ponto de ser esquecido” (algo, aliás, urgente de ser feito no Brasil, quando ganham força grupos que buscam apagar ou desacreditar a memória violenta da ditadura). Um testemunho impresso do valor de resistência das imagens, e de como às vezes essas imagens sobrevivem à política por um fio.

https://revistazum.com.br/radar/fotolivros-politicos/



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