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espelho diário, 2008

livro impresso em offset | capa dura
papel couchê fosco 150 g/m2
20,7 x 15,3 (fechado) | colorido | 480 pp.

textos de Alícia Duarte Penna e Rosângela Rennó
fotos de stills de vídeo

editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, UFMG e Edusp
edição de 300
português
offset printed book | hard cover
couché matte paper 150 g/m2
20,7 x 15,3 (closed) | color | 480 pp.

texts by Alícia Duarte Penna and Rosângela Rennó
photos from video stills

edited by Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, UFMG and Edusp
edition of 300
Portuguese


Espelho Diário é uma instalação multimídia resultante da parceria entre a artista Rosângela Rennó e a escritora convidada, Alícia Duarte Penna. Convertida em atriz,  Rosângela Rennó encarna 133 personagens, num vídeo de duas horas de duração exibido em duas telas dispostas em ângulo, nas quais as imagens se desdobram como em um caleidoscópio. Porém, ao contrário do caleidoscópio, o que se pretende no vídeo-longa é reunir aqueles múltiplos reflexos num único espelho.

O título da instalação é uma referência ao jornal inglês “Daily Mirror”, conhecido pelo seu conteúdo sensacionalista. As personagens foram inspiradas em notícias – de jornais  brasileiros – que envolviam alguém cujo nome é “Rosângela”. Colecionadas durante oito anos, entre 1992 e 2000, essas notícias foram organizadas num diário-colagem pela artista, e recontadas, sob a forma de monólogos, pela escritora. Os 133 monólogos constituíram, assim, um diário, que condensa oito anos em um, de uma personagem múltipla nomeada “Rosângelas”. Roteirizado, o diário foi gravado em vídeo pela artista, que opera a câmara tal como um espelho: diário, confessional.

 O “Intróito”, que apresenta a personagem “Rosângelas”, foi, na  instalação, narrado por Cid Moreira. O “Epílogo” trata estatisticamente os fatos ocorridos com a personagem, na tentativa, vã, de conferir-lhe alguma unidade. Em “Intróito” e “Epílogo”, a escritora evidencia o deslocamento entre objeto e sujeito no jogo de reflexos em que se envolveu(ram) aquela(s) “Rosângelas” do Brasil, inclusive a própria artista, personagem de um dos dias do “Espelho Diário”.

Até o momento,  a instalação foi apresentada no Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2001), no Museu do Chiado (Lisboa, 2001), no Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, 2002), no Novo Museu (Matéria Prima, Curitiba, 2002), no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 2003), no Museu de Arte Contemporânea de Goiânia (Vidia-arte/Prêmio Cultural Sérgio Motta- 2002, Goiânia, 2003), no Espaço Cultural Contemporâneo- ECCO- Venâncio (Fotoarte 2004, Brasília, 2004), e na Galeria Vermelho (São Paulo, 2008). Na sua versão em inglês, dublada pela artista, foi apresentada na Galeria Lombard Freid Projects (Nova Iorque, 2003) e no National Museum of Wales (ArtesMundi 3, Cardiff, 2008). E, na versão em francês, igualmente dublada pela artista, no espaços culturais Passage du Désir (Festival d’Automne à Paris, Paris, 2005) e Hotel Fontfreyde (Festival Vidéoformes, Clemont-Ferrand, 2007).

O que se apresenta neste livro é uma espécie de “making-em-off” do vídeo, em que o diálogo entre a artista e a escritora durante o processo de elaboração do roteiro pode ser ouvido pelo leitor, enquanto vê as imagens congeladas da(s)  “Rosângelas”, no Espelho Diário agora impresso.


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